Profeta foi decapitado no último sábado em prisão da Galileia; decisão teria sido motivada por pressão familiar e promessa feita em público

No último sábado (5), uma decisão trágica tomada pelo governador da Galileia, Herodes Antipas, chocou a população local e seguidores do movimento de renovação espiritual liderado por João Batista. O profeta, conhecido por sua postura firme contra a corrupção moral e religiosa da época, foi executado por decapitação, dentro de uma prisão administrada pelo governo regional. O corpo foi entregue a seus discípulos, que providenciaram o sepultamento.
A execução ocorreu horas após uma festa promovida por Herodes em celebração ao seu aniversário. O evento, reservado a membros do alto escalão político, oficiais militares e figuras influentes da Galileia, ganhou contornos dramáticos quando a jovem Herodias, filha da atual esposa de Herodes, realizou uma dança que encantou os presentes — especialmente o anfitrião.
Impressionado, Herodes prometeu em público atender a qualquer pedido da jovem, “ainda que fosse metade do reino”, segundo testemunhas. Ao consultar a mãe, Herodias — esposa do governador e ex-mulher de seu irmão Filipe —, a moça foi instruída a pedir a cabeça de João Batista em um prato.
Apesar de consternado, Herodes acatou o pedido para não voltar atrás diante de seus convidados, selando assim o destino de João. O profeta estava preso por criticar abertamente o casamento do governador com Herodias, relação considerada ilícita pela tradição judaica. Essa denúncia pública irritou profundamente a esposa de Herodes, que, segundo fontes próximas, desejava a morte de João há meses.
João Batista era amplamente reconhecido como uma figura justa e santa, atraindo multidões com seus sermões e batismos no rio Jordão. Muitos acreditavam que ele era um profeta nos moldes do Antigo Testamento, ou até mesmo o precursor do Messias.
A notícia da morte causou forte comoção entre seus seguidores e entre aqueles que viam em João uma voz legítima de denúncia contra os abusos do poder político e religioso.
O governador Herodes ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido, mas já enfrenta reações entre os setores populares e religiosos, que consideram a execução uma injustiça e um erro histórico irreparável.
A repercussão da tragédia reacende o debate sobre os limites do poder, a influência de decisões impulsivas e o custo de se manter coerente em tempos de medo e opressão.
A história acima pode ser encontrada no capítulo 6 do Evangelho de S. Marcos