Uma cena terrível e sangrenta se desenrolou no palácio de Jezreel, marcando o desfecho de uma história de traição e poder. A rainha Jezabel, conhecida por sua beleza e crueldade, encontrou seu trágico destino quando confrontou o general Jeú, que havia chegado ao palácio após uma ação militar bem-sucedida.
Segundo relatos, ao saber da chegada de Jeú, Jezabel se preparou para o encontro de maneira caracteristicamente provocativa. Pintou os olhos e arrumou os cabelos, posicionando-se estrategicamente em frente a uma janela do palácio. No momento em que Jeú adentrou o palácio, ela lançou acusações contundentes contra ele, comparando-o a um assassino e relembrando a morte de Zinri, que matou seu próprio senhor.
As tensões escalaram quando Jeú olhou para cima e viu Jezabel na janela, desafiadora. Em resposta, ele questionou quem estava ao seu lado, e alguns eunucos presentes olharam para ele. Diante dessa troca acalorada, o conflito alcançou um ponto de não retorno. Jeú ordenou que a rainha fosse jogada pela janela, um ato brutal que resultou em sua morte imediata. O sangue espirrou nas paredes e até mesmo nos cavalos, enquanto Jeú passou com seus cavalos sobre o corpo da rainha, simbolizando sua completa derrota.
Após esse ato chocante, Jeú entrou no palácio e, de maneira aparentemente indiferente ao ocorrido, fez uma refeição. Ele então deu a ordem para que o corpo de Jezabel fosse sepultado, referindo-se a ela como uma “maldita mulher” e mencionando que ela era filha de rei.
Contudo, o destino da rainha ainda reservava reviravoltas. Quando os responsáveis por seu sepultamento foram cumprir a ordem, descobriram que apenas o crânio, os pés e as mãos de Jezabel estavam presentes. Essa macabra descoberta, ainda mais aterradora do que a própria morte da rainha, deixou todos perplexos.
Jeú, por sua vez, interpretou essa macabra cena como o cumprimento de uma profecia. Ele associou a desintegração do corpo de Jezabel aos avisos proferidos pelo profeta Elias, que haviam sido comunicados anteriormente. Segundo as palavras do profeta, cães devorariam o corpo de Jezabel no campo de Jezreel, e seus restos se espalhariam como esterco, tornando-a irreconhecível.
Assim, a morte trágica de Jezabel e a subsequente deterioração de seu corpo no campo de Jezreel não apenas selaram seu destino, mas também deram vida às profecias antigas, marcando esse evento como uma intersecção sinistra entre o destino humano e o sobrenatural. O impacto dessa história continuará a ecoar por gerações, como um lembrete sombrio das complexidades do poder e da profecia.
(A história acima pode ser encontrada no Capitulo 9 do 2º livro de Reis)